full_logo@3x

Adoração dos
Reis Magos

Pintura
Óleo Sobre Tela
Reinoso, André
1620-1640

Nesta pintura, a ação desenrola-se num estábulo, local onde os três Reis Magos entregam as suas oferendas ao menino Jesus.
Melchior, ou Belchior, o mais velho de todos, é representado de joelhos, ao lado da Virgem Maria, curvado e depois de colocar a sua coroa no chão, recebe a bênção de Jesus.
Num plano mais atrás, surgem as figuras de Gaspar e de Baltazar, os outros reis magos, que erguem as suas oferendas, resguardadas em vasos de ouro que são iluminados pelos raios dourados oriundos da estrela de Belém. José, representado atrás da Virgem, apoio o braço direito sobre um plinto, de onde observa discretamente a cena.

«Entrando na casa, viram o menino, com Maria sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. Sendo por divina advertência prevenidos em sonho a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.» (Mateus 2:11-12)
Os chamados Reis Magos vieram, guiados por uma estrela, adorar o Menino Jesus em Belém.
O Evangelho de São Mateus conta a visita dos magos ao Menino Jesus, mas não diz que eles eram três, nem que se tratava de reis. A lenda apropriou-se destas personagens representativas da sabedoria pagã.
Justino (séc. II) afirma que vieram da Arábia; Orígenes (c. 185-252) indica que eram três; S. Cesário de Arles (470-542) apresenta-os como sendo reis. Atribuem-se-lhes nomes do século X: Gaspar, Melchior e Baltasar; no século XV considera-se que procedem dos três continentes. Mas os artistas servem-se do tema: Gaspar passa a ser um jovem; Baltasar, um homem maduro; Melchior, um ancião. Todas as idades da vida ficam figuradas.
Ir-se-á mesmo ao ponto de contar a vida deles: são convertidos e batizados por São Tomé, tornam-se pregadores do Evangelho e os seus restos mortais teriam sido descobertos em Sabá por Santa Helena. Trazidas para Constantinopla, as relíquias dos magos são transferidas para Milão no século IV e, finalmente, dadas à cidade de Colónia, que erige a sua catedral para acolher o sarcófago deles no século XIII.

As doações e a importância dos beneméritos para a sustentabilidade da Instituição

Tal como os pastores fizeram, de uma forma totalmente livre e magnânima, oferendas a Jesus Cristo para celebrar o seu nascimento, também inúmeros beneméritos e benfeitores doaram, ao longo da História, generosas ofertas à Misericórdia de Évora, com o intuito de patrocinar as suas obras assistenciais.
Neste caso, e fazendo um paralelismo com os pastores, representantes das classes menos abastadas e do povo em geral, será importante homenagear aqueles que, apesar de quase desprovidos de bens materiais, e através de pequenas doações, ofereceram o pouco que tinham àquela Instituição para ser aplicado no auxílio dos que mais necessitavam.
Não raras vezes, aqueles que um dia e pelas mais variadas razões tiveram necessidade de recorrer à Misericórdia, decidiram, após a recuperação do seu estado de saúde, económico ou social, contribuir eles próprios para esta causa. Tê-lo-ão feito por “obrigação espiritual”, por reconhecimento profundo para com a Instituição que os acolheu nos momentos mais difíceis ou, simplesmente, por pura filantropia, “amor ao próximo” e caridade.

Voltar