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Adoração
dos Pastores

Pintura
Óleo Sobre Tela
Reinoso, André
1620-1640

Neste quadro encontramos a representação da Adoração dos Pastores. O menino Jesus é representado nu, deitado sobre um lençol branco, dirigindo o olhar a Maria, que de cabeça inclinada para baixo, segura uma ponta do lençol com a sua mão esquerda e com a sua mão direita aberta, parece apresentar Jesus aos convidados.
Ao lado de Maria, encontra-se José, também ele com a cabeça reclinada, contemplando Jesus, sendo representado a unir as mãos, em sinal de oração. Atrás encontra-se o burro.
No primeiro plano, à direita, surgem dois pastores, que ajoelhados, revelam as suas oferendas, na circunstância uma galinha e vários ovos transportados num cesto de verga.
Rodeiam ainda a figura central vários pastores e representantes do povo que igualmente prestam a sua homenagem ao menino e preparam-se para o presentear com diversas oferendas.
Em cima, os anjos que anunciaram o nascimento de Jesus Cristo aos pastores, assistem à chegada dos mesmos junto da sagrada família.

A Adoração dos Pastores é um dos temas mais comuns na arte cristã, representando um dos momentos associados ao nascimento de Jesus, no qual os pastores estão entre as testemunhas do momento e antecedem a chegada dos Reis Magos, razão pela qual muitas vezes as pinturas com estas temáticas surgem próximas em muitos templos cristãos e outras vezes na mesma cena pictórica.
Apenas no Evangelho de Lucas há referências há Adoração dos Pastores, sendo estes sempre acompanhados por um ou vários anjos que anunciam o nascimento do Salvador. No Renascimento, onde esta composição temática foi muitas vezes realizada, os pastores surgem por vezes ostentando instrumentos musicais.
São famosos os quadros da Adoração dos Pastores da autoria de nomes importantes da pintura europeia como Hugo Van der Goes, Giotto, Caravaggio, El Greco ou Andrea Mantegna.
Em Portugal é muito conhecida a composição de Josefa de Óbidos com essa temática pictórica, datada de 1669 e pertencente à coleção do Museu Nacional de Arte Antiga.
A outra “Adoração dos Pastores” do artista André Reinoso, concluída em 1641, encontra-se atualmente exposta no Palácio Nacional de Belém, em Lisboa.

As doações e a importância dos beneméritos para a sustentabilidade da Instituição

Tal como os pastores fizeram, de uma forma totalmente livre e magnânima, oferendas a Jesus Cristo para celebrar o seu nascimento, também inúmeros beneméritos e benfeitores doaram, ao longo da História, generosas ofertas à Misericórdia de Évora, com o intuito de patrocinar as suas obras assistenciais.
Neste caso, e fazendo um paralelismo com os pastores, representantes das classes menos abastadas e do povo em geral, será importante homenagear aqueles que, apesar de quase desprovidos de bens materiais, e através de pequenas doações, ofereceram o pouco que tinham àquela Instituição para ser aplicado no auxílio dos que mais necessitavam.
Não raras vezes, aqueles que um dia e pelas mais variadas razões tiveram necessidade de recorrer à Misericórdia, decidiram, após a recuperação do seu estado de saúde, económico ou social, contribuir eles próprios para esta causa. Tê-lo-ão feito por “obrigação espiritual”, por reconhecimento profundo para com a Instituição que os acolheu nos momentos mais difíceis ou, simplesmente, por pura filantropia, “amor ao próximo” e caridade.


A Adoração dos Pastores de André Reinoso, que aqui se expõe, estava anteriormente, e antes da sua integração no Núcleo Museológico desta Santa Casa, patente no salão do Lar de Nossa Senhora da Visitação.
Esta Estrutura Residencial para Idosos (ERPI), destinada a desenvolver uma prestação de serviços em alojamento coletivo, de caráter permanente, foi fundada em 1994, pela Misericórdia de Évora. Anteriormente, aquele espaço já havia assumido funções similares, tendo funcionado como Lar de Enfermeiras e Universitário.

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