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Santa Casa da Misericórdia de Évora

A Santa Casa da Misericórdia de Évora foi instituída em 7 de dezembro de 1499, apenas um ano depois da sua congénere de Lisboa, a primeira de centenas que viriam a ser instituídas por todo o território português ao longos dos séculos seguintes.
Partiu de iniciativa da rainha D. Leonor, fundadora da Misericórdia de Lisboa, a criação da Casa de Misericórdia de Évora, que teve desde o seu início distintos membros, tais como D. Manuel I, a rainha D. Maria, D. Afonso, bispo de Évora, ou o cronista e poeta eborense Garcia de Resende. Nos primeiros tempos a Mesa reunia na Capela de São Joãozinho, um polo de cariz régio nas proximidades do Convento de S. Francisco e do Paço Real.
O ano de 1551 é marcado pela transferência da irmandade para o antigo convento feminino da Ordem de Malta, quando tem início a construção do atual edifício da Igreja da Misericórdia. Em 1567 a Misericórdia de Évora passa a administrar o Hospital do Espírito Santo da cidade e a Casa de S. Lázaro.

Igreja da Misericórdia de Évora – História e Arquitetura

Em 1551, quando é adquirido o edifício para construção da Igreja, era provedor da Misericórdia Garcia de Meneses, tendo sido o seu mestre pedreiro Manuel Pires, o qual teve a seu cargo várias obras promovidas pelo cardeal D. Henrique. As obras estavam concluídas em 1555, mas pouco tempo depois, em 1566, tem início uma nova campanha de obras para ampliação da nave, que ficou mais comprida.

Em 1574, para adequação do edifício às novas diretrizes da Contra-Reforma, tem início uma reedificação que deu ao templo a configuração arquitetónica com que chegou aos nossos dias, caracterizada por uma nave única, sem colunas internas e com abóbada de berço com caixotões retangulares em alvenaria. O facto da nave não ter colunas de sustentação foi um desafio para os arquitetos e engenheiros de então, tendo a solução sido construir-se poderosos contrafortes, havendo indícios da intervenção de Afonso Álvares, arquiteto-mor da Comarca do Alentejo e autor do projeto do Convento de Santa Helena do Monte Calvário, também em Évora.
Porém, o forte e contínuo apoio dos arcebispos não foi suficiente para o bom andamento das obras, que decorreram vagarosamente ao longo das duas décadas seguintes, o que muito esteve relacionado com a grave crise política provocada pela derrota de Alcácer Quibir, em 1580.

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