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Representações
do Menino Jesus

A extraordinária coleção de representações de Jesus Cristo doadas pela benemérita D. Maria José Gomes é, indubitavelmente, de uma qualidade notável.

Durante anos, os seus pais, Alcídio João Lopes e Maria Ermelinda Silva Correia Gomes, colecionaram, recuperaram, restauraram e conservaram, todas estas preciosidades iconográficas. Graças a esta doação e a este gesto altruísta de inegável valor, o museu da Misericórdia de Évora ficou mais rico, orgulhando-se de apresentar ao público este legado na Sala das Obras.

As representações da infância de Jesus Cristo são, aliás, um dos grandes símbolos cristãos, surgindo habitualmente nas formas pintada ou esculpida. De facto, a Igreja sempre recomendou aos fiéis a devoção à figura de Jesus enquanto Menino. Se por um lado se pretende exaltar o mistério da Encarnação de Deus lembrando que, à semelhança de qualquer outro homem, nasceu e teve infância, por outro relembra aos crentes os valores espirituais da humildade, da simplicidade, próprios das crianças e, ao mesmo tempo, que através desses valores se pretende aproximar de todos os homens.

A devoção à natividade e infância do Menino Jesus foi ganhando relevo ao longo da história, chegando a piedade popular a venerar as imagens, tanto em locais de culto comunitário, como em oratórios particulares. Nesta representação, o Menino assume ora uma postura erguida, ora uma pose deitada. No que respeita aos ornamentos, há lugar para o revestimento com os mais diversos trajes ricamente decorados, sendo até por vezes coroado de majestade, ou tão simplesmente envolvido de forma inocente por um cueiro.

Nas experiências místicas de alguns santos são, inclusive, descritos encontros com o Menino Jesus, como é o caso e Santa Catarina da Alexandria, São Jerónimo e o próprio Santo António de Lisboa, que tem uma devoção particular entre os católicos portugueses.

As representações de Jesus enquanto Menino são, do ponto de vista cristológico, uma das demonstrações mais completas da essência de Cristo, pois conduz os fiéis à profunda compreensão do mistério da Encarnação de Deus, lembrando os valores evangélicos da humildade e da verdadeira caridade, que Jesus quis que fossem universais.”

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