Pintura
Óleo sobre Tela
Bandeira Processional
1753
Altura: 124 cm
Largura: 99,5 cm
“Eis o homem”. Segundo o Evangelho de São João foram estas as palavras de Pôncio Pilatos ao apresentar, à multidão judaica, Jesus coroado de espinhos e acabado de sofrer a flagelação. Esta cena é igualmente conhecida por “Jesus apresentado ao povo”.
É nesse momento que o procurador romano, ao apresentar Jesus Cristo perante uma multidão hostil, que queria a condenação, Pôncio Pilatos lavou as mãos e colocou o ónus da decisão nessa multidão, definindo que seria ela a decidir o destino de Jesus e que, por isso, o sangue que ali seria derramado recairia sobre o povo judeu, responsabilizando-os pela morte de Jesus.
É esse ato simbólico de lavar as mãos e essa decisão tomada por uma multidão enfurecida que continua a ser vezes sem conta lembrada nos muitos sofrimentos e contínua turbulência em que até aos nossos dias tem vivido o povo judaico.
A tensão, poder histórico e impacto desse momento decisivo na história dos judeus através da interpretação cristã foi ao longo dos tempos sendo representada nas paletas dos grandes pintores das variadas épocas, que enfrentaram o desafio de tentar imprimir à cena a tensão inerente a uma tal decisão. A força de um instante, de uma decisão coletiva com tamanhas repercussões tem sido até hoje um dos desafios supremos dos mais distintos protagonistas da arte cristã.